COP23 Conferencia da ONU sobre Mudanças Climáticas

Diretamente da COP23, observadora infiltrada, um prazer em conhecer o mundo das reflexões sobre as mudanças climáticas - e contar pra vocês.
De fato, minha presença em Bonn é limitada, pois não entro na parte de negociações governamentais. Meu crachá "Climate Change Action" me permite acessar a parte "off", os eventos secundários, onde estão todos que não responde oficialmente pelos Estados, os 195 que assinaram os protocolos e os acordos.
Sobre números, cada país traz uma delegação com cerca de 45 negociadores e mais uns 50 observadores que participarão de eventos secundários, estarão nos pavilhões temáticos, somente delegações oficiais contariam 20mil pessoas, pensando que alguns exageram como a Costa do Marfim com 400 pessoas na delegação e o Brasil com cerca de 200.
O público secundário, composto de ONGs, universidades, interessados (stakeholders), pessoas que fazem pequenos negócios relacionados às energias verdes, conta mais uns 5.000.
Enfim, todos esses refletindo sobre como fazer o planeta esfriar pra sobreviver e cotinuar mesmo assim ganhando um bom dinheiro.
A prata não falta e é o motor de muitas dessas iniciativas. Alguns financimantos mais compreensiveis, para as ideias que o mercado não deixaria decolar e que as subvenções públicas permitem tirar do papel. São U$100 bilhões do Green Climate Fund, cada um decidindo a forma de distribuir : em empréstimos, doações, pagamentos por resultdados factíveis de redução nas emissões, venda de créditos de carbono, compensações/offsets... para mitigações e adaptações.
Cada país fica feliz em mostrar seus casos de sucesso, alguns em micro escala comunitária, como construir 3 turbinas eólicas para uma cidade de 30mil habitantes ser 100% energia limpa, aproveitamento integral de matérias primas fazendo do lixo (conceito ultrapassado) produtos altamente valorizados, como uma lâmpada artística de pele de peixe. A morte do concreto e o reinado da madeira na construção civil, experimentos com algas para comida, medicamentos e até para tijolo.
As ilhas em ameaça de extinção, primeiras ameaçadas pelo aumento do nível dos oceanos, o ártico que se degela, a África que seca, todas as comunidades sensíveis à migrações forçadas pelas catástrofes nem tão naturais assim.
As soluções de amor e paz nas relações do homem com a natureza, criando redes de bairros sustentáveis, cidades em transição, eco-vilas e metas de zero-carbono para 2050.
A estrela do momento é o reconhecimento do valor e da importância dos povos originários, das sabedorias tradicionais, para resolver aquilo que a ciência da gravata ainda não solucionou : como viver simples, confortávle e feliz. Uma plataforma open-source para repertoriar a outra sabedoria, aquela milenar, que deve ter a pista mais quente da mudança climática. Espero ser uma carta para os governos de cada país reconhecer no Nepal, no Canadá, no Bangladesh, no Brasil, seus múltiplos povos.
Sobretudo, a necessidade mais básica, o comer e o plantar, como o centro de captura de carbono ao revolver a terra em uma agricultura biologica e o consumo consciente do arroz de cada dia. E a pequena ironia de ganhar minha primeira tatuagem de jenipapo na Alemanha.
"everybody moving together at the same time not waiting for the others"









Comentários

Postagens mais visitadas